Por: Flavio Vasconcelos, Diretor de Climatização do Sindirepa
Não parece mas é verdade. Fechar os vidros do carro e ligar o ar condicionado para não “derreter” não ajuda a evitar a poluição que vem de fora. Alguns testes foram feitos em diferentes avenidas de São Paulo comparando a presença de material particulado – gerado na queima de combustíveis – dentro e fora do carro. Sabia que a situação é só um pouco melhor do lado de dentro? O filtro de cabine, presente na maioria dos projetos de carros com até cinco anos, não garante ar puro.
Quando os testes foram feitos, a marginal Tietê registrava 33,8 microgramas por metro cúbico de material particulado no medidor. Dentro do carro havia 30,4. Caminhões são os principais emissores do material. Os dois valores estão acima do índice máximo recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que é 25. Não há como fugir da poluição em grandes avenidas. O escapamento do carro da frente fica próximo das frestas de entrada de ar.
O material particulado é um dos produtos mais nocivos, porque, além de depositar nos alvéolos (pulmão), causando e agravando doenças respiratórias, penetram no sistema circulatório e podem afetar vasos e coração. Em avenidas com menos caminhões, os índices também não foram muito diferentes. Na Paulista, foram 15 microgramas por metro cúbico (fora) e 13; na 23 de Maio, 10 e 7, respectivamente. A Lins de Vasconcelos foi a única onde os valores se inverteram, acredite se quiser: 17 dentro e 10 fora. Este último caso é explicado pela presença de um ônibus parado bem próximo do carro no momento da medição.
A falta de manutenção do filtro de cabine -que filtra o ar que entra no carro- prejudica a qualidade do ar. Há carros que chegam às oficinas com o filtro muito sujo, sem funcionar como deveria. Lembrem-se: a manutenção do filtro tem que ser a cada seis meses ou 10 mil km.